Imagino o quanto seja difícil pra essa galera da cúpula do judiciário brasileiro lidar com fatos. E o fato é que, na semana passada (01/03/24), esses caras foram a uma Universidade em Buenos Aires participar de um evento ao qual compareceu apenas uma meia dúzia de gatos pingados. Ainda assim, boa parte era de convidados. O público mesmo os desprezou – e olha que a entrada era gratuita. Tem coisa que nem de graça.
Sei que deve ter doído. Esses caras estão acostumados com puxassaquismos monumentais. Eu sei como é, frequentei esses ambientes insalubres durante um bom tempo da minha vida. Era nojento. Uma vida feita de convescotes pegajosos, cheios de apertos de mão interesseiros e de tapinhas nas costas fake. Mas os caras se acostumaram a essa vibe, e mentem para si mesmos que são queridos e admirados.
Entretanto, como diria Ben Shapiro, facts don’t care about your feelings (fatos não ligam para os seus sentimentos). A realidade é que, fora do cercadinho supremo da Banânia, lotado de baba-ovos de todas as matizes, ninguém dá a menor pelota pra esses caras. São irrelevâncias, que recebem aplausos de outras irrelevâncias que, assim, pretendem se tornar um pouco menos irrelevantes. É um ciclo que envolve o paradoxo poder material/fracasso moral.
O seminário aconteceu na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA), promovido pela Revista Justiça e Cidadania, para debater o Código Civil do Brasil e da Argentina. Além de Alexandre de Moraes, Luis Felipe Salomão estava lá também, mas certamente ninguém o conhecia. Não se sabe se realmente eles conseguiram promover a interação e o compartilhamento de conhecimento entre os juristas sobre o Código Civil, já que não havia quase ninguém.