O pastor Jorge Luiz dos Santos é casado, tem 58 anos, é pai de cinco filhos e é presidente da Igreja Evangélica Amor de Deus João 3:16 em Itaverava, Minas Gerais.
O pastor e sua esposa, Creusa Maria Lisboa Maia Santos.
O pastor e seus cinco filhos.
Ele alugou uma casa para pregar uma vez por semana, e sustenta sua família vendendo caldo de cana. Ele foi preso no dia 8 de janeiro, naquela detenção a granel que já sabemos, e está cortando um dobrado para pagar as parcelas de R$700,00 ao advogado que defende o pastor.
Pastor trabalhando vendendo caldo de cana.
Em setembro, ele escreveu uma carta à sua esposa, dizendo que prefere morrer a permanecer preso.
A imprensa divulgou que o pastor buscou refúgio no Palácio do Planalto para se proteger das bombas e das balas de borracha da polícia, e inclusive haveria um vídeo que mostra o momento exato em que ele é agredido por um policial, que o faz ir ao chão e quebrar o pulso.
Ao que consta, o Ministério Público Federal se manifestou pela soltura do pastor em setembro. Tal pedido só teria sido apreciado por Moraes em dezembro, indeferindo-o, sob o argumento de que o pastor tem antecedentes por receptação (art. 180 do Código Penal) e estelionato (art. 171 do Código Penal). Só que tem um problema aí... segundo seu filho Wanderson dos Santos, não há qualquer registro na folha de antecedentes criminais do pastor e, portanto, a decisão seria o famoso "copia e cola".
Consta que a juíza da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Dr.ª Leila Cury, já havia determinado que o pastor se submetesse à cirurgia para tratamento de hemorróidas nível 4, mas que até hoje o procedimento não foi realizado. O filho do pastor ainda teria relatado que seu pai fora socorrido algumas vezes por um outro preso político, que é médico, o Dr. Frederico, e que havia decidido não mais ir ao ambulatório pelo fato de ter de passar pela humilhação de ficar nu e agachar diante de policiais femininas.
É evidente que não se pode falar de "erro judiciário", uma vez que esta situação já se tornou de conhecimento público e não foi "corrigida". Estamos diante de um crime judiciário, doloso - aliás, vários crimes. O pastor Jorge Luiz dos Santos é uma das milhares de vítimas e, estando sob a custódia indevida do Estado, deve responsabilizar qualquer revertério em sua saúde a este - e mais especificamente ao autor do crime de tortura, Ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: Jornalista Ana Maria Cemin - bureaucom.com.br