Ludmila Lins Grilo
Politics • Culture • Law & Crime
Moraes e seu comunismo de 5ª série
A falta de cultura geral do brasileiro não é exclusividade das massas iletradas. Para nossa desgraça, ela está presente também na mais alta corte do país
November 01, 2023
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O imperador do Brasil resolveu falar de comunismo. Assentai-vos, portanto, ignaros! Colocai-vos em vossos subalternos lugares. Ouvi e absorvei os maravilhosos ensinamentos do magnânimo.

Como todo sabichão especialista em tudologia – uma espécie de Felipe Neto de toga –, o soberano agora resolveu pontificar sobre o nefasto regime chinês, com ares professorais:

“É impressionante como o comunismo dá ibope. 99% das pessoas que falam nem sabem o que é comunismo. O 1% que sabe, sabe que não existe mais comunismo. ‘Ah, a China é comunista’. Eles são mais capitalistas que nós” (...) Você fala em comunismo, principalmente entre as pessoas mais velhas...porque você é contra não sei o quê, porque vão instalar o comunismo no Brasil (...) as pessoas passaram a acreditar”.

A declaração acima – indigna de qualquer aula da escolinha do Professor Girafales – foi dada por Alexandre de Moraes em um evento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, no dia 06/10/23.

Fingindo ter a Constituição de 1988 em alta conta, Moraes enalteceu os grandes feitos da nossa carta magna, aproveitando, claro para reclamar de “ataques à democracia”:

“É o ataque por dentro, tentando levar em conta as regras institucionais, usando o mecanismo das redes sociais. Isso não é sem padrão. Isso foi estudado. É muito mais complexo do que parece”.

Eu ouvi essa última declaração pensando em como, na verdade, ele parecia estar falando dele mesmo. Volte ao parágrafo anterior e o releia, substituindo a expressão “levar em conta” por “perverter”, e “das redes sociais” por “da máquina pública”.

Mas o que ficou exposta mesma, em praça pública, foi a ignorância do ministro quanto ao que é o comunismo. Perceba que eu coloquei o verbo no presente: é. O comunismo não foi. Ele é. Mas Moraes resolveu que ele próprio faz parte do 1% de eruditos que sabem (claro!) que o comunismo não existe mais. Isso só pode ser delírio de velhinhas que acampam na porta de quartel!

A análise padrão 5ª série feita pelo maioral poderia ter sido floreada com o clássico da simplificação estética: “o muro de Berlim já caiu, então não existe mais comunismo”! Felizmente ele não mandou essa pérola do ignorantismo docente, mas, convenhamos, seria perfeitamente cabível diante da profusão de platitudes lançadas ao relento.

O sujeito sequer conhece a pueril diferença entre política comunista e economia comunista. Esta última, atualmente, tem apresentado uma mera aparência de capitalismo feroz quando, na verdade, é inteiramente controlada pelo Estado (comunista, portanto), que aceitou esse disfarce porque precisa de uma coisa que só o capitalismo é capaz de produzir: dinheiro. Será que Moraes, o bonzão, nunca ouviu falar da “mão invisível” do Estado?

Moraes, em sua adolescência nos anos 80, deve ter ouvido muito o clássico “Revoluções por Minuto” da banda RPM, e ficou com aquele trecho “agora a China bebe Coca-Cola” na cabeça. Claro, se estão bebendo Coca-Cola é porque lá, agora, o capitalismo é selvagem!

Não sei se o careca conhece o PCC. Mas, calma! Estou falando do PCC, o Partido Comunista Chinês, e não de outro PCC que talvez tenha vindo à cabeça de vocês. Cuidado com as associações que vocês fazem, criançada! A China é governada pelo mesmíssimo partido político, o PCC, há mais de setenta anos. Claro, deve ser porque o partido deve ser muito bom, as pessoas devem gostar muito! Tudo muito democrático. Afinal de contas, na cartilha do bedel Moraes, o comunismo já acabou, isso é conversa de velhinhas-intervenção-militar.

Na constituição da República Popular da China (olhe, se tem popular no nome, então deve ser muito democrática mesmo!) há a previsão de liberdade de imprensa, mas até as pedras sabem o que faz o Departamento de Propaganda do Partido Comunista. O órgão censor estabelece os tópicos a serem abordados (e a forma de abordagem, claro) para que a China Global Television Network (CGTN) e Rádio Internacional da China (RCI) façam a propagand...ops...a divulgação das maravilhas do regime chinês.

No fantástico sistema capitalista chinês, o Estado controla quase todas as grandes empresas, o sistema bancário, as terras, o preço do yuan. As empresas privadas devem permitir inspeções de comitês do partidão interferindo na tomada de decisões.

A internet na China é limitada por um firewall gigantesco, que bloqueia sites e determinadas palavras-chave. Tente pesquisar sobre “censura” e “Tiananmen Square” (a Praça da Paz Celestial) da China, e verá que não aparecerão resultados, pois lá não existem essas coisas subversivas.

Naquele país superdemocrático são proibidos YouTube, X (Twitter), Google, Facebook, Wikipedia, entre outros. Todas as transmissões ao vivo são monitoradas pelo Partidão, para que nada saia do controle. Não há qualquer possibilidade de manifestação contra o PCC, pois isso é rigorosamente proibido. Onde já se viu fazer declarações políticas negativas contra o controlador supremo? Na China capitalista liberalzona de Alexandre de Moraes, tudo isso soa muito natural e democrático! Parece até que ele pegou de lá umas ideias marotas e está aplicando com sucesso no Bananil.

Alguns hão de conjecturar não ser possível que um ministro do STF seja detentor de tamanha ignorância, e que essa fala nível 5ª série só pode ser fruto de um cinismo olímpico. Pois eu não acho isso. Acreditem: a quantidade de pessoas incultas ocupando altas posições na máquina pública é algo imensurável. A depender do cargo, a exposição da ignorância se intensifica e tudo se torna ainda mais dramático. Como diria o mestre Olavo de Carvalho, negar a um incapaz certas posições de destaque é um ato de caridade.

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Por que houve operação da Polícia Federal contra Carlos Bolsonaro

Ontem, Jair Bolsonaro fez uma live que colocou mais de 400 mil pessoas assistindo ao vivo, o que coloca Lula em situação constrangedora, já que, por falta de público, resolveu não fazer mais lives.

Esse seria o grande assunto de hoje, claro, mas Moraes foi rápido em arrumar a cortina de fumaça, disparando um mandado de busca e apreensão assinado às pressas, entre meia-noite e 6 da manhã, segundo informou Eduardo Bolsonaro.

O que pode ser mais constrangedor (e ilegal) do que um ministro agindo politicamente para prejudicar inimigos?

Assim, o sucesso de Bolsonaro perante o público, apesar de todo esforço midiático e da máquina pública, ficaria abafado, mas o povo já entendeu como funciona o regime. Não tem mais bobo aqui.

00:01:29
Erro no Locals

Pessoal, novamente o Locals falhou na transmissão da live de hoje. Peço desculpas. De qualquer forma, está disponível lá no YouTube. Estou pensando seriamente de deixar de transmitir por aqui, em razão da quantidade de falhas desta rede.

Erro no Locals

Olá, pessoal! Acabei de perceber que a live com Alexandre Kunz deu erro aqui no Locals, pra variar… de qualquer forma, vocês poderão assisti-la no YouTube! 🥲

Olá, pessoal! Ontem a live infelizmente não funcionou no Locals, enquanto que no YouTube tudo transcorreu normalmente. O Locals nem sempre funciona bem, espero que melhore pro futuro. Daqui pra frente, acaso a live não rode por aqui, corram lá pro TV Injustiça no YouTube, OK?

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A BESTIAL RETALIAÇÃO DE MORAES CONTRA A ESPANHA

O ministro Alexandre de Moraes, mais uma vez agindo com o fígado, interrompeu o processo de extradição e mandou soltar o búlgaro Vasil Vasilev, acusado de tráfico internacional de drogas, como forma de retaliação contra a Espanha por ter negado a extradição de Oswaldo Eustáquio.

Agora, além de entreveros com os EUA, o sujeito também resolveu caçar confusão com a Espanha a fim de satisfazer seus delírios persecutórios. Entenda o caso:

 
1. Vasil Vasilev é acusado de tráfico de drogas na Espanha. Ele teria transportado 52kg de cocaína em Barcelona. Fugiu para o Brasil e foi preso em 18 de fevereiro no Mato Grosso do Sul.

2. A Espanha, por sua vez, rejeitou novamente o pedido de extradição de Oswaldo Eustáquio feito pelo STF por meio do Itamaraty, porque os juízes da Audiência Nacional espanhola concluíram que a solicitação brasileira tinha “evidente conexão e motivação política”.

3. Em retaliação, Moraes mandou soltar o traficante internacional alegando "quebra do princípio da reciprocidade", além de ter exigido explicações diretamente à Embaixada da Espanha.

4. A negativa de extradição de Oswaldo Eustáquio se deu por uma decisão da Justiça, e não do governo espanhol, o que torna a exigência de explicações à embaixada algo completamente descabido.

5. Não cabe ao STF interpelar diretamente embaixadas, uma vez que protocolos diplomáticos devem ser feitos por meio do Ministério das Relações Exteriores. Tal comportamento deixa ainda mais evidente a figura autoritária de Moraes no exterior.

6. Ainda cabe recurso e, portanto, é cedo para se pensar em alguma reação internacional, o que também só poderia ser feito por meio de tratativas diplomáticas, e não do STF.

7. Não se pode falar em reciprocidade quando, de um lado, tem-se um traficante internacional, e de outro um jornalista tecendo críticas e opiniões. Não existe qualquer similitude, muito menos gravidade, entre as condutas.

8. Moraes violou a Convenção de Viena de 1988 (incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto 154/91), pois a suspensão do pedido de extradição do traficante descumpre a Convenção da ONU sobre drogas, da qual o Brasil é signatário e por ela se obrigou a combater o narcotráfico internacional.

9. O Brasil está quebrando o próprio tratado com a Espanha. A extradição de Oswaldo foi negada com base no tratado bilateral de 1988, que tem força de lei. Esse tratado diz que cabe exclusivamente ao tribunal espanhol avaliar se há motivação política, e este já deixou claro seu posicionamento, no sentido de que sim, a motivação foi política, o que impede a extradição.

 
10. O caso de Oswaldo Eustáquio é evidentemente político, e jamais poderia ser colocado em paridade com crime de tráfico de drogas. A decisão espanhola cita perseguições, maus tratos, prisões, e apoio de parlamentares brasileiros denunciando a perseguição. O tribunal entendeu que havia risco real à liberdade e à integridade física dele no Brasil.

11. O próprio STF já negou extradições com base política. O STF já recusou extradição do turco Yakup Sagar, acusado de golpe, bem como do inglês Ronald Biggs, por prescrição. Também já houve negativa de pedidos da China por risco de pena de morte, uma vez que o Brasil não a admite. A recusa por motivos políticos é prática comum.

12. A reciprocidade não se aplica aqui. Moraes disse que houve “violação da reciprocidade”, mas esta não existe nesses dois casos. Ambos se baseiam em tratados específicos, não em favores entre governos, como se estivessem em uma conversa de bar: “eu te adianto e você me adianta”... dar uma “ajudinha” em vinganças alheias não é princípio de relações internacionais, mas sim, conduta de mafiosos.

13. Moraes ameaça o princípio da cooperação internacional. A diplomacia entre Estados exige confiança e respeito mútuo. Soltar um narcotraficante para “ensinar uma lição” a outro país sabota o princípio cooperacional (pro solicitudine) e prejudica o Brasil no cenário global.

14. Moraes ignora precedentes do próprio STF. No caso Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, o STF esperou e respeitou a Justiça italiana, que demorou anos para decidir. Ele acabou sendo, ao final, realmente extraditado e cumpriu pena no Brasil. Ninguém, na época, pensou em retaliar soltando criminosos devido à demora.

15. Moraes age como chefe de Estado. De ofício, sozinho, Moraes está ameaçando regras de cooperação jurídica internacional, política externa e acordos multilaterais. Tudo sem aval do Executivo. Isso é um abuso de poder sem precedentes.

16. Não há nenhuma justificativa legal para sua decisão. Nem a Constituição, nem a lei de migração, nem tratados, nem convenções internacionais — nenhuma delas autoriza represálias judiciais. É arbítrio puro, travestido de decisão jurídica.

17. E o pior: tudo isso favoreceu o crime organizado. A vítima da vingança de Moraes foi a cooperação internacional no combate ao narcotráfico. Um traficante foi beneficiado para que o ego de um ministro fosse satisfeito.

Em resumo: a decisão de Moraes é inconstitucional, ilegal e moralmente indefensável. Atenta contra a soberania da Espanha, a credibilidade do Brasil nas relações internacionais e o bom senso jurídico. O STF não pode ser usado como instrumento de vingança pessoal, e é isso o que vem acontecendo há muitos anos.

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Entenda o que foi a audiência de Filipe Martins em Orlando – e saiba quais serão os próximos passos

Na última terça-feira, 9 de abril de 2025, Filipe Martins teve uma audiência em Orlando, nos Estados Unidos.

Como sabem, Alexandre de Moraes mandou prender Filipe, provavelmente em busca de uma delação premiada contra Jair Bolsonaro – delação essa que não ocorreu pois, ao contrário de Mauro Cid, Filipe permaneceu de bico fechado todo o tempo todo, dizendo que não havia o que delatar.

 
Nas palavras de Gilmar Mendes, na época da Lava-Jato, “isso se trata claramente de prática de tortura”. Hoje sabemos que Moraes já detinha a geolocalização de Filipe, e portanto sabia muito bem que ele jamais saíra do Brasil na virada de 2022 para 2023.

Aliás, Moraes poderia ter chamado algum passageiro do tal voo para Orlando para testemunhar sobre a presença (no caso, ausência) de Filipe – até mesmo Jair Bolsonaro, mas não o fez, certamente porque a resposta das testemunhas não o agradariam.

A audiência que aconteceu essa semana ainda não foi uma ação criminal, até porque não havia ainda o nome de alguém para acusar. A ideia era justamente descobrir esse nome – e, spoiler: isso já aconteceu.

O processo foi aberto para que a justiça americana obrigue as autoridades do CBP (Custom and Border Protection) a entregar as informações e documentos que vão levar à descoberta sobre a autoria da fraude.

Na audiência dessa semana, o que ocorreu foi algo parecido com o nosso “recebimento da inicial”, que é quando o juiz “aceita” o processo. Apenas isso. Não se entrou no mérito da causa. Agora, uma vez que o processo foi aceito, iniciar-se-á a fase de "Discovery" — e é aí que o jogo começa de verdade.

Discovery é a fase processual em que todo mundo tem que abrir o jogo. Aqui, as partes trocam informações, documentos e provas. Todo mundo tem que saber o que vai ser usado no julgamento.

Nessa fase, podem ser usados os seguintes instrumentos processuais:

1 – Interrogatórios (interrogatories) – as partes podem requerer, por escrito, que a outra responda a indagações sob juramento;

2 – Pedidos de produção de documentos (Requests for production) – são requisições feitas pelas partes para que a outra entregue documentos, que podem ser de qualquer natureza (e-mails, contratos, registros, etc);

3 – Depoimentos orais (depositions) – as testemunhas e as partes podem ser convocadas para prestar depoimento, sob juramento;

4 – Pedidos de admissão (requests for admission) – ocorre quando uma parte pede que a outra admita ou negue certos fatos, e tem o condão de agilizar o processo;

5 – Intimações (subpoenas) – ordens judiciais para que terceiros entreguem documentos ou prestem depoimentos.

No caso de Filipe, a defesa vai exigir todos os e-mails, relatórios, registros e também as comunicações com Brasília — até porque seria impensável que agentes americanos começassem a perseguir um brasileiro desconhecido deles sem que fosse a pedido de alguma autoridade brasileira.

O resultado dessa primeira audiência é: já se sabe o nome do provável agente americano que falsificou os registros. Essa informação será divulgada apenas quando a defesa entender que não há riscos.

Atenção ao detalhe: nos Estados Unidos, falsificação de registros em processo judicial federal é crime gravíssimo, com penas pesadas. Ou seja, não será surpresa nenhuma se esse agente resolver fazer um acordo de colaboração premiada (plea deal) para reduzir sua pena — entregando o verdadeiro mandante da operação.

E tem mais: há evidências claras de que o falsário é um brasileiro naturalizado americano. Antes que o nome do sujeito fosse conhecido, isso já era algo esperado, por causa do tipo de erro que ele cometeu ao falsificar o registro: o nome foi registrado como “Felipe” — com "e" —, exatamente como se escreve em português. Só que, em inglês, o nome equivalente é Phillip, sempre com "i".

Um americano nativo, que cresceu lendo e escrevendo "Phillip" a vida inteira, jamais escreveria Felipe, com “e”. Só mesmo um brasileiro incorreria em tal deslize. A digital da intervenção brasileira já estava impressa no próprio erro ortográfico.

 
Agora, a Homeland Security vai ter que abrir os arquivos. Se surgirem provas de que houve manipulação de informações, conluio com autoridades brasileiras, ou abuso de poder, o caso de Filipe vira um escândalo internacional.

E o melhor: nos Estados Unidos, juiz não pode simplesmente dar uma canetada escondendo provas ou inventando narrativa. Aqui, o devido processo legal ainda vale. E se houver fraude, os agentes responsáveis podem até ser processados criminalmente. Se for brasileiro naturalizado, corre o risco de perder também a cidadania.

A Dra. Ana Bárbara Schaffert, advogada de Filipe nos EUA, disse em entrevista à Oeste sem Filtro que ficou muito feliz com a primeira audiência, porque o governo dos EUA se mostrou colaborativo em obter as provas. É também do interesse dele desvendar a fraude que colocou em risco a sua segurança nacional.

Assim, teremos um processo em que as duas partes não estarão em polos opostos, mas ao contrário, andarão juntas, por um objetivo comum, o que significa que o processo tende a andar rápido.

Em suma: esse processo tem a finalidade de obter dados sobre a fraude (nome do agente fraudador, local e data da fraude). Só após, de posse dessas informações, poder-se-á iniciar o processo criminal, já com um acusado claramente especificado, que poderá oferecer uma colaboração premiada com o nome do mandante – e não se espantem se o endereço dele for a Praça dos Três Poderes.

 

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Superexposição: Thiago Nigro mirou no que viu, mas acertou na causa pró-vida
Divulgação da foto do feto sem vida gerou repulsa e, ao mesmo tempo, mostrou ao mundo que não se trata apenas de um simples amontoado de células

A tragédia que envolveu Thiago Nigro, conhecido como “O Primo Rico,” e sua esposa Maíra Cardi é mais do que um drama pessoal. É um episódio emblemático da cultura da superexposição contemporânea, onde a vida privada se dissolve na busca incessante por relevância digital. A perda de um bebê é um evento devastador, mas a decisão do casal de compartilhar imagens do feto morto nas redes sociais foi recebida com perplexidade e indignação, independentemente da visão política do espectador.

Pois é. Estamos diante de um dos poucos casos em que esquerdistas e direitistas concordaram. Thiago Nigro causou tanta repulsa que acabou gerando o mesmo sentimento negativo em todo mundo. Talvez isso diga algo sobre os limites do aceitável, que, mesmo em tempos de relativismo moral, verificamos que ainda existem.

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