Ludmila Lins Grilo
Politics • Culture • Law & Crime
STF Vergonha Internacional - A declaração de Westminster
Não satisfeitos em serem vergonha nacional há anos, agora nossos censores estão nos envergonhando na gringa
October 23, 2023
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Lembram da famosa hashtag “STF vergonha nacional”? O justíssimo bordão, amplamente repercutido (e censurado) desde 2019, foi atualizado com sucesso: agora a vergonha não é mais só nacional. A má fama da atual composição da corte ultrapassou os limites geográficos da Banânia e está fazendo uma imponente carreira no exterior.

A suprema corte brasileira está definitivamente na boca dos gringos, e não é em citações elogiosas. Imagine só você levar a vida mentindo para si mesmo que é o amado togado do povo, depois tocar o terror censurando e prendendo quem ousa falar o contrário, pra chegar lá fora e estar todo mundo falando que você é um tiranete criminalizador de discurso político!

Tanto esforço em trabalhar uma imagem de "fiador da democracia”, pra no final ser reconhecido como censurador da nação... que várzea! Os caras forçam uma barra monumental achando que dizer a palavrinha mágica “democracia” nove em cada dez frases irá salvá-los da suprema vergonha. Pode até funcionar com os baba-ovos de redação chapa-branca e com os lambe-botas carreiristas, mas na gringa ninguém tá nem aí pra ministro bostileiro. Lá fora, a parada é diferente.

Pois foi exatamente isso que acabou de acontecer.

No mês de junho de 2023, um grupo composto por algumas dezenas de intelectuais de vários países se reuniu em Londres para discutir o declínio da liberdade de expressão pelo mundo. Dentre esses intelectuais estava a brilhante Ana Paula Henkel, que publicou algumas fotos e vídeos, tendo mantido discrição quanto a quem esteve lá, ou sobre quais casos foram debatidos.

Alguns meses se passaram, e agora em outubro/23 foi publicada a “Declaração de Westminster”. Trata-se de um manifesto internacional alertando para o aumento da censura internacional, subscrito por 141 intelectuais do mundo inteiro, de visões políticas distintas. Dentre eles, podemos destacar Richard Dawkins, Jordan Peterson, Steven Pinker, Glenn Greenwald, Edward Snowden, Julian Assange, Michael Shellenberger, Tim Robbins, Oliver Stone, Slavoj Žižek. Três brasileiros assinaram o documento: Leandro Narloch, Eli Vieira e, claro, a grande Ana Paula. (https://westminsterdeclaration.org/portugues)

O documento traz a preocupação com o abuso linguístico, mais especificamente quanto à indefinição da palavra “desinformação”. Afirma que essa terminologia é imprecisa e está sendo utilizada de forma maliciosa para calar dissidentes, por meio de um “Complexo Industrial da Censura”. Esse fenômeno seria uma coordenação em larga escala entre governos, empresas de mídia social, universidades e ONGs.

Aí é onde entra a suprema corte bananeira: no sexto parágrafo, são citados casos concretos de imposturas governamentais que estão ocorrendo em vários países contra a liberdade de expressão. Nessa parte, adivinhem quem é citado expressamente? Pois é! Sem meias palavras, o documento diz que o Supremo Tribunal Federal do Brasil está “criminalizando o discurso político”.

Vale lembrar ainda que, por três vezes, o New York Times fez matérias citando o STF (e, especificamente, Moraes)[i] [ii] [iii]com preocupação quanto ao autoritarismo e a truculência censória. O jornal australiano Spectator desnudou a “instalação de uma brutal ditadura” no Brasil, citando Moraes, Lula, e até mesmo – pasmem! – o CNJ.[iv] O La Gaceta de la Iberosfera também já mencionou expressamente a ditadura judicial brasileira para a comunidade latina.[v]

Alguém avise aí ao Sr. Alexandre que o teatrinho de fiador da democracia não cola na gringa, e que essa falsificação de Estado de Direito que ele cinicamente tenta sustentar está sendo exposta. O STF já é vergonha internacional – e será ainda mais. Em breve, as democracias no planeta compreenderão exatamente o fenômeno da ditadura judicial que ocorreu no Brasil, que passará a ser utilizado como exemplo mundial do que jamais deveria ser uma suprema corte.


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Agora já era. Juíza pra sempre.

Outro dia descobri uma coisa: os meus inimigos não suportam quando vocês me chamam de juíza.

Eles ficam histéricos, dizendo “ex, ex, ex-juíza!!!” Só tem um problema aí: ao contrário de Sérgio Moro e Flávio Dino (que pediram exoneração e, portanto, saíram do cargo e são ex-juízes), eu fui aposentada no cargo, e, portanto, serei juíza pra sempre (juíza aposentada, tal como o Sebastião Coelho).

Eu nem estava pensando nisso (não me apresento na internet como juíza há 5 anos), mas pelo visto meus detratores estão incomodadíssimos porque vocês continuaram me chamando de juíza. 😂

Aliás, a minha ideia era me tornar ex-juíza sim (eu planejava pedir exoneração há algum tempo), mas não deu tempo. Antes disso, eu fui aposentada. Agora não há mais como me livrar do cargo, que me acompanhará pra sempre.

Era só pra vocês saberem, pra quando quiserem irritar um esquerdista. 😉

⚠️ ATENÇÃO SENADORES:

Ofereço a vocês TREINAMENTO INDIVIDUAL para a sabatina de Flávio Dino. Não cobrarei um centavo. É tudo por minha conta. 🇧🇷

Compreendam que há questões jurídicas a serem exploradas, e Dino foi juiz. Vocês realmente saberiam formular perguntas a ele? Estão preparados para rebater, com segurança, evasivas e argumentos jurídicos distorcidos no MOMENTO EXATO em que acontecerem?

Posso também assessorá-los, EM TEMPO REAL, durante a sabatina. Farei isso de graça, para os que assim desejarem.

Aos interessados, contatem-me pelo e-mail da minha mentoria: mentorialudmila @ gmail.com.

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A direita limpinha e acadêmica já ajuda se não atrapalhar
Já não bastassem os inimigos, temos ainda uns amiguinhos nos tacando no fogo

Eu sempre tive ranço de acadêmicos empolados. 

Sempre que eu chegava em uma universidade para dar alguma palestra, sabia que em algum momento eu teria que me desvencilhar de algum doutor de peito estufado arrotando citações. Aquilo é insuportável. Eu geralmente dizia que precisava ir ao banheiro. A tática sempre deu certo, até o dia em que um deles me acompanhou até a porta do toilette e ficou me esperando sair.

Mas antes fosse apenas uma estética cafona, esnobe, cringe ou démodé. Se a coisa se restringisse ao desconforto social pela convivência nos redutos da gabolice, vá lá. O problema é quando essa galera resolve influenciar na política, achando que seu academicismo ungido vai nos salvar da perdição. A coisa mais perigosa é quando esses intelectuais resolvem ter uma ideia, e, não satisfeitos, resolvem testá-la no mundo real, pulando do penhasco sem rede de proteção.

Os caras entram em uma pira baseada nas vozes de suas próprias cabeças - às quais eles atribuem a Rawls, Heiddeger, Alexy, Bobbio e tutti quanti - e ai de quem ouse discordar. Suas teorias são infalíveis, segundo dizem suas mamães. Eles só se baseiam em “fontes respeitadas” (não sei por quem).

Eles são capazes mesmo de fazerem lobby para um sujeito com evidente personalidade ditatorial ser nomeado para um alto cargo vitalício de poderes quase ilimitados. O xadrez 3D desses iluminados diz que isso será bom, claro! Como não tivemos essa ideia antes? O que poderia dar errado, não é mesmo? 

Enquanto alguns intelectuais estão no meio do lamaçal empurrando o carro atolado, outros, limpinhos e cheirosos, ficam na calçada, assistindo a tudo de smoking, opinando se os enlameados estão empurrando a contento, e analisando se devem ou não jogar uma bigorna dentro do carro. O que será que Kierkegaard faria nessa situação?

Esses alucinados do LinkedIn têm muito a se preocupar com os próximos convescotes jurídicos - dá pra fazer muito networking, não é mesmo? - e com a próxima bibliografia estrangeira a acrescentar na dissertação para impressionar a patota. 

Seria melhor que se restringissem mesmo a esse mundinho controlado e irreal. Continuem aí na calçada, de smoking e perfume, discutindo Kant e fumando seus Montecristos.

Deixem que nós, os descabelados, estropiados, rasgados e cheios de hematomas entremos na lama e desatolemos o carro. Torçam para que consigamos desatolar. Se tudo der certo, passamos aí para buscar vocês. 

Se der errado, outro carro passará - e vocês serão obrigados a entrar.

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Passo-a-passo para barrar Flavio Dino no STF

Apesar de eu não ser política, fui consultada por pessoas da área a respeito das ações possíveis de serem feitas para barrar Flávio Dino no STF. Elaborei um plano de ação emergencial a ser cumprido em 14 dias, já que a sabatina foi marcada para o dia 13/12/2023.

Não endosso a ideia do "já perdeu", "não adianta fazer mais nada", "já era". Claro que há coisas que ainda podem ser feitas. Se Dino entrar, pelo menos que não seja mediante nosso silêncio. 

Enviei o passo-a-passo abaixo para lideranças políticas, para que seja posto em prática. Esse roteiro não pode ser aberto ao grande público, por motivos óbvios. Ele NÃO deve ser viralizado. Já encaminhei às pessoas certas, não se preocupem. Apenas as pessoas para quem enviei e os assinantes deste canal conseguirão ler. Se você ainda não é um assinante, clique aqui:

São 46 senadores indecisos no momento. Precisamos convencer 22. Portanto, temos 14 dias para convencer pelo menos 22 desses 46 a rejeitar Dino na sabatina (já temos 19, segundo a contagem do deputado Gustavo Gayer). Como sabem, são 81 senadores no total, e precisaremos do voto da maioria (41 votos).

PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL - MEIOS DE AÇÃO - PASSO A PASSO: 👇

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A rachadinha do Janones é cortina de fumaça para algo muito mais sério
Hoje saiu um áudio, não sei de quando, em que o deputado federal André Janones - aquele que confessou ter praticado fake news de forma sistemática na campanha eleitoral de 2022 - pede parte do salário de assessores para “reconstruir seu patrimônio pessoal”.
 
 
Ele se mostra injustiçado, posa de vítima, e justifica o pedido como sendo uma reparação pelas suas perdas financeiras com eleições passadas.
 
Janones vivia criticando “rachadinha” no Twitter. Ele deve apagar, mas eu salvei tudo aqui, vejam só esses SETE tweets:
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